Por Dra. Janaína Melo
O número é assustador: 8 em cada 100 crianças sofrem com algum tipo de alergia alimentar. O que se pode afirmar é que as alergias alimentares têm influências genéticas (60%) e ambientais (40%). ?
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Embora não haja uma maneira de prevenir a alergia, há muitos indícios de que o aleitamento materno pode reduzir consideravelmente os riscos de aparecimento de alergias, pois fornece além de nutrientes, anticorpos e componentes que ajudam o sistema de defesa. ??
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?Entre o 4º e o 6º meses de vida, parece haver uma espécie de acomodação do sistema imune, que faz com que a criança passe a tolerar proteínas causadoras de alergia, algo que não seria possível antes disso. Assim, é fundamental amamentar até pelo menos os primeiros 6 meses de vida.
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?A segunda questão que influencia no risco de alergia é o parto. E isso diz muito respeito a nós, brasileiros, pois o Brasil é líder mundial de cesáreas. O atrito entre a criança e a mucosa do canal vaginal durante o nascimento põe o bebê em contato com uma multidão de bactérias, que já vão colonizando o corpo dele. Estudos recentes mostram que o parto cesáreo priva o bebê desses microrganismos, e sem esses micróbios, o sistema imune parece não se desenvolver nem amadurecer tão bem, aumentando em até cinco vezes as chances do aparecimento de alergias.
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?Atualmente, também se sabe que a presença de alimentos ricos em ácidos graxos de cadeia longa na dieta da mãe (como, por exemplo, o ômega 3) tem um efeito protetor contra doenças alérgicas na criança.
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?Recomenda-se que a mãe não apenas tenha uma dieta saudável e variada, mas que inclua na sua dieta, peixes ricos em ômega 3 pelo menos três vezes por semana, durante a gestação e a amamentação.