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Uso de Enzimas Digestivas na Intolerância à Lactose e para Alergia ao Leite de Vaca

Fonte: Redação do site semlactose.com

O uso de suplementos à base de enzimas digestivas, como alternativa para os intolerantes à lactose, já é bem conhecido. O que muita gente ainda não sabe é que o uso de enzimas pode amenizar também os sintomas causados pela alergia ao leite de vaca. Descubra, neste texto, as principais diferenças entre a intolerância à lactose e a alergia à proteína do leite e como utilizar os suplementos de enzimas a seu favor.

Intolerância à lactose

Dentre os distúrbios associados ao consumo do leite de vaca pode-se dizer que a intolerância à lactose é um dos mais comuns e amplamente divulgado e discutido. Esta intolerância pode ser definida como uma incapacidade do organismo em digerir a lactose (açúcar presente no leite), resultando em alterações gastrintestinais, como distensão e dores abdominais, gases e diarreia. Esses sintomas são mais evidentes nas primeiras horas que sucedem o consumo de leite e derivados e são, geralmente, locais – sem comprometimentos sistêmicos graves. Essa dificuldade em digerir a lactose ocorre pela deficiência ou ausência da enzima lactase na mucosa intestinal – e pode surgir por um erro genético (o indivíduo não produz a enzima) ou por consequência de distúrbios no intestino (diarreias infecciosas, uso prolongado de antibióticos, Doença de Crohn, Doença Celíaca), fazendo com que o indivíduo diminua ou pare momentaneamente a produção da enzima.

Alergia às proteínas do leite de vaca

Ao contrário da intolerância à lactose, distúrbio que envolve apenas a deficiência de uma enzima, a alergia às proteínas do leite envolve uma resposta exacerbada do sistema imunológico. Tal resposta pode ser imediata (os sintomas aparecem poucas horas após o consumo) ou tardia (os sintomas podem levar de 3 horas a 3 dias para aparecer). A alergia tardia ao leite de vaca é a mais comum e, por seus sintomas aparecerem muito tempo depois do consumo do alimento, tem seu diagnóstico bastante dificultado. Por este motivo é comum muitas pessoas apresentarem alergia tardia ao leite de vaca e nem sequer imaginarem que alguns de seus problemas de saúde podem estar relacionados à ela. A alergia ocorre quando o organismo entra em contato com as proteínas intactas – mal digeridas – do leite, reconhece-as como corpos estranhos e reage contra elas, produzindo substâncias inflamatórias e causando processos inflamatórios crônicos. Os sintomas podem ser desencadeados em diversos órgãos-alvo e estudos já demonstraram a relação da alergia tardia ao leite de vaca com otite, dermatite, rinite, sinusite, bronquite asmática, amigdalite, aumento na formação de muco, gastrite, esofagite, refluxo, obstipação intestinal, enxaqueca, artrite reumatoide, falta de concentração, hiperatividade (ADHD), ansiedade e até mesmo depressão. A causa da alergia tardia pode estar relacionada a fatores genéticos, dificuldade em digerir as proteínas (possivelmente por deficiências enzimáticas) ou ainda por uma hiperpermeabilidade intestinal, o que aumenta as chances de proteínas inteiras passarem do intestino para a corrente sanguínea e assim, ativar a resposta inflamatória.

Uso das enzimas digestivas

No caso da intolerância à lactose, o uso do suplemento da enzima lactase é muito comum e eficaz, já que supre a deficiência desta enzima no organismo e possibilita, assim, a digestão da lactose. A lactase pode ser encontrada sob a forma de pastilhas mastigáveis, em pó, comprimidos ou cápsulas em diversas farmácias convencionais, de manipulação ou ainda em lojas de produtos naturais. A dose administrada vai depender da quantidade de lactose a ser ingerida e da capacidade do seu organismo em produzir mais ou menos lactase. Já no caso da alergia às proteínas do leite de vaca, o uso das enzimas digestivas ainda não é muito comum. Entretanto, alguns estudos já estão sendo realizados a fim de elucidar melhor o real papel de algumas enzimas na melhora dos sintomas causados pelos alimentos alergênicos. Os estudos sugerem que as enzimas, principalmente as proteases – que quebram as proteínas – melhoram a digestão das proteínas do leite, diminuem a permeabilidade da parede do intestino e ainda parecem regular o sistema imunológico. Assim, o risco de proteínas mal digeridas passarem pela barreira do intestino para a corrente sanguínea e de o sistema imune reagir de forma exacerbada contra elas diminui bastante, minimizando, dessa forma, os sintomas causados pela alergia. Atualmente, já existem no mercado suplementos com mix de enzimas digestivas (incluindo as proteases) que melhoram a digestão das proteínas e poderiam, assim, amenizar bastante os sintomas causados pela alergia às proteínas do leite de vaca. Independentemente do distúrbio – intolerância à lactose ou alergia às proteínas do leite – só um profissional capacitado poderá te orientar nas substituições alimentares e no uso das enzimas digestivas como alternativa de tratamento.

 

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