Você sabia?
A soja é um membro da família das leguminosas, é um ingrediente comum em fórmulas infantis e muitos outros alimentos processados. Em crianças pequenas, a soja é um dos alérgenos alimentares mais comuns.
Normalmente, os sintomas de alergia alimentar aparecem em bebês e crianças com menos de 3 anos, e a maioria deles supera a alergia aos 10 anos.
Sintomas mais comuns
- Vermelhidão ou urticária (placa avermelhada, elevada e pruriginosa);
- Comichão na boca, angioedema (inchaço de partes moles);
- Náuseas, vômitos, distensão abdominal, diarreia;
- Menos frequentes: sintomas nasais (nariz cheio ou escorrendo) e pulmonares (chiado);
- Anafilaxia
Raramente, a alergia à soja causará anafilaxia, uma reação potencialmente fatal que prejudica a respiração, provoca uma queda repentina da pressão arterial e pode enviar o corpo ao choque.
A única medicação que pode tratar imediatamente a anafilaxia é a adrenalina, administrada através de um injeção intramuscular logo que os sintomas sejam aparentes.
Adultos ou crianças que apresentem algum desses sintomas após ingerir algum alimento de soja ou derivado, procure o alergista/imunologista, para avaliação.
Diagnóstico
O alergista fará um histórico (anamnese) e realizará um exame físico. Você pode ser solicitado a manter um diário de alimentos, observando não apenas o que come, mas também quais os sintomas e tempo de início que ocorrem após o consumo de alimentos.
Além disso, podem ser solicitados teste cutâneo (prick test) ou um exame de sangue, para verificar a presença de anticorpos IgE contra a proteína da soja. Em pacientes com dermatite atópica ou esofagite eosinofílica podem ser solicitados pelo especialista o patch teste atópico com alimentos.
Para complementação diagnóstica em alguns casos pode ser necessário o Teste de Provocação. Consiste em administrar de forma segura o alérgeno suspeito, sempre em ambiente de emergência e com profissional capacitado, avaliando as possíveis reações e caso necessário tratando imediatamente.
Este teste é importante também quando já se tem o diagnóstico mas deseja avaliar tolerância, ou seja, se a criança ou adulto já não é mais alérgico.
Tratamento
Tal como acontece com outras alergias alimentares, a primeira conduta é evitar consumir produtos que contenham soja (dieta de exclusão).
A soja ou os derivados da soja são encontrados em algumas fórmulas infantis, além de caldos enlatados, sopas, atum enlatado, carnes processadas e cachorros-quentes, barrinhas de cereais, alimentos processados e muitos outros.
A soja também é um ingrediente comum na cozinha asiática e às vezes está contida em nuggets de frango, manteiga de amendoim com baixo teor de gordura, manteigas de porca alternativas e até mesmo vodka. Pessoas com alergia a soja não devem consumir leite de soja, iogurte de soja ou sorvete, misô, tofu, etc.
Além disso, tenha cuidado ao comer alimentos que tenham sido fritos em qualquer tipo de óleo, devido ao risco de contato cruzado: se um alimento contendo soja for frito em óleo, esse óleo absorverá certas proteínas de soja.
Pessoas com alergia à soja às vezes evitam amendoim por medo de ração cruzada por ser outra leguminosa, mas isso é MITO. Eles são alimentos separados e seus gatilhos de alérgenos não estão relacionados.
A soja também não está relacionada com oleaginosas como amêndoas, nozes e castanha de caju. Os alérgicos à soja não são mais suscetíveis de serem alérgicos a nozes ou amendoins do que seria a outro alimento.