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Alergia a Soja – Sintomas e Tratamento

Artigo de Dra. Janaina Melo

A soja é um membro da família das leguminosas, é um ingrediente comum em fórmulas infantis e muitos outros alimentos processados. Em crianças pequenas, a soja é um dos alérgenos alimentares mais comuns.

Normalmente, os sintomas de alergia alimentar aparecem em bebês e crianças com menos de 3 anos, e a maioria deles supera a alergia aos 10 anos.

Sintomas mais comuns

  • Vermelhidão ou urticária (placa avermelhada, elevada e pruriginosa);
  • Comichão na boca, angioedema (inchaço de partes moles);
  • Náuseas, vômitos, distensão abdominal, diarreia;
  • Menos frequentes: sintomas nasais (nariz cheio ou escorrendo) e pulmonares (chiado);
  • Anafilaxia

Raramente, a alergia à soja causará anafilaxia, uma reação potencialmente fatal que prejudica a respiração, provoca uma queda repentina da pressão arterial e pode enviar o corpo ao choque.

A única medicação que pode tratar imediatamente a anafilaxia é a adrenalina, administrada através de um injeção intramuscular logo que os sintomas sejam aparentes.

Adultos ou crianças que apresentem algum desses sintomas após ingerir algum alimento de soja ou derivado, procure o alergista/imunologista, para avaliação.

Diagnóstico

O alergista fará um histórico (anamnese) e realizará um exame físico. Você pode ser solicitado a manter um diário de alimentos, observando não apenas o que come, mas também quais os sintomas e tempo de início que ocorrem após o consumo de alimentos.

Além disso, podem ser solicitados teste cutâneo (prick test) ou um exame de sangue, para verificar a presença de anticorpos IgE contra a proteína da soja. Em pacientes com dermatite atópica ou esofagite eosinofílica podem ser solicitados pelo especialista o patch teste atópico com alimentos.

Para complementação diagnóstica em alguns casos pode ser necessário o Teste de Provocação. Consiste em administrar de forma segura o alérgeno suspeito, sempre em ambiente de emergência e com profissional capacitado, avaliando as possíveis reações e caso necessário tratando imediatamente.

Este teste é importante também quando já se tem o diagnóstico mas deseja avaliar tolerância, ou seja, se a criança ou adulto já não é mais alérgico.

Tratamento

? Tal como acontece com outras alergias alimentares, a primeira conduta é evitar consumir produtos que contenham soja (dieta de exclusão).

? A soja ou os derivados da soja são encontrados em algumas fórmulas infantis, além de caldos enlatados, sopas, atum enlatado, carnes processadas e cachorros-quentes, barrinhas de cereais, alimentos processados e muitos outros.

A soja também é um ingrediente comum na cozinha asiática e às vezes está contida em nuggets de frango, manteiga de amendoim com baixo teor de gordura, manteigas de porca alternativas e até mesmo vodka. Pessoas com alergia a soja não devem consumir leite de soja, iogurte de soja ou sorvete, misô, tofu, etc.

? Além disso, tenha cuidado ao comer alimentos que tenham sido fritos em qualquer tipo de óleo, devido ao risco de contato cruzado: se um alimento contendo soja for frito em óleo, esse óleo absorverá certas proteínas de soja.

? Pessoas com alergia à soja às vezes evitam amendoim por medo de ração cruzada por ser outra leguminosa, mas isso é MITO. Eles são alimentos separados e seus gatilhos de alérgenos não estão relacionados.

? A soja também não está relacionada com oleaginosas como amêndoas, nozes e castanha de caju. Os alérgicos à soja não são mais suscetíveis de serem alérgicos a nozes ou amendoins do que seria a outro alimento.

 

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